"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


domingo, 26 de janeiro de 2014

Bem Está!

Para mim é uma honra ter conhecido e privado com grandes servos de Deus que, vivendo em condições sociais, políticas e religiosas bem diferentes das actuais, nunca deixaram de lutar pela divulgação do evangelho.
Hoje venho cumprir uma promessa que aqui fiz (20.10.12) e falar de Eric Barker.

Nascido num lar cristão, em Inglaterra, a 23 de Janeiro de 1899, entregou a sua vida a Cristo quando tinha 7 anos de idade.
A partir daí, apesar de ainda criança, fez da oração a sua arma. Este foi o homem que, com uma doçura incomparável, se dirigia a Deus com o seu belo sotaque inglês: “Aba, Pai, meu Paizinho querido”.

Desde a adolescência colaborou activamente na igreja, a nível da Escola Dominical e na realização de cultos ao ar livre, mas foi aos 21 anos, depois de ter servido na marinha durante a I Guerra Mundial, que decidiu dedicar a sua vida à obra do Senhor.
Entretanto, sentindo-se atraído pelo campo missionário, veio para Portugal, por influência do testemunho de seu pai que tinha estado no nosso país e conhecia as carências espirituais aqui existentes.

Uma vez em Portugal, teve contacto com outros dedicados obreiros ingleses a residir no nosso país, aprendeu português com José Ilídio Freire (Igreja das Amoreiras - Lisboa) e ao fim de três meses já pregava na nossa língua. Foi nessa altura que rumou ao norte, para a zona de Ílhavo, onde já havia alguns crentes e começou a fazer cultos nas casas e ao ar livre.
Aos 24 anos, depois de ter alargado a sua acção a outras localidades do distrito de Aveiro, fixou ali residência e deslocou-se a Inglaterra para casar.

Numa altura em que Portugal vivia no obscurantismo espiritual e havia perseguição religiosa, Eric Barker foi um dos bravos que nada temeram, mesmo perseguido, insultado e apedrejado, continuou fiel ao seu Deus. Com uma carroça puxada por uma mula (oferta de alguns crentes da zona sul), percorreu vários lugares do país para distribuir folhetos, vender Bíblias, pregar o Evangelho e cantar hinos tocando ao som do seu bandolim.
Com todos os obstáculos, o trabalho ia dando frutos, almas rendiam-se aos pés de Cristo e formavam-se  comunidades de culto.

Entretanto, teve de arranjar um trabalho secular (contabilista) para sustentar a família que estava a aumentar (chegou a ter oito filhos), mas nunca deixou o serviço para que Deus o chamara. Em 1935 fixou residência na Foz do Douro e adaptou o piso inferior da casa a salão de cultos.
Em 1941, no apogeu da II Guerra Mundial, aceitou a sugestão do consulado britânico e embarcou toda a sua família (mulher, filhos e outros parentes) com destino a Inglaterra. Porém, o barco foi torpedeado por um submarino alemão e afundou-se. Toda a família sucumbiu.
Eric Barker recebeu a notícia a um Domingo… quando chegou a hora do culto foi para a igreja, pregou e, serenamente, participou: “Todos os meus queridos já chegaram ao lar Celestial!”

Sem se deixar afundar na tristeza das perdas, sem medo da repressão político-religiosa, sem temer as dificuldades sociais provenientes da guerra, manteve-se firme, dedicando todo o seu tempo à defesa do Evangelho e à salvação de almas. Toda a zona de Coimbra, Aveiro e Porto, foi alvo preferencial da sua acção e muitas das igrejas existentes tiveram a sua influência.

Em 1946 Eric Barker casou em segundas núpcias com a jovem Beryl (18 anos mais nova) e Deus deu-lhe mais cinco filhos. Juntos prosseguiram na realização da obra, dando formação, pregando e dirigindo vários trabalhos de consolidação do ministério.

Foi, juntamente com outros crentes de todo o país, um dos grandes impulsionadores da Convenção Beira-Vouga, onde algumas vezes o ouvi pregar.
Também, até à minha juventude, o ouvi e mantive contacto, sempre que se deslocava ao sul.

Era uma inspiração!

O meio evangélico português muito deve a este servo de Deus, gratidão que se estende a vários outros missionários ingleses que trouxeram a Palavra de Deus até nós no princípio do século passado.

Erick Barker morreu a 09 de Julho de 1989.
 
“E o seu Senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.” – Mateus 25:21

domingo, 19 de janeiro de 2014

A Resposta Vai Chegar

De volta às respostas de Deus à oração, gostava de relembrar que o tempo de Deus não é contabilizado como o nosso.
Na verdade, se Deus não responde rapidamente às orações, Ele vai fazê-lo no tempo devido. Por vezes somos tentados a pensar que Deus não nos ouve, mas não, talvez tenhamos de aperfeiçoar o pedido; talvez tenhamos de exercitar a humildade; talvez tenhamos de aprender a ser pacientes; ou, simplesmente essa não é a melhor altura para ser atendidos. Porém, o importante é continuar a pedir, não há nada de errado em pedir a mesma coisa repetidamente…, a resposta vai chegar!

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai,
e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha;
e ao que bate, abrir-se-lhe-á.”
Mateus 7:7-8
Conta-se que um homem, único sobrevivente de um naufrágio, foi dar a uma ilha desabitada. Ali, ele aprendeu a viver na completa dependência de Deus a quem constantemente pedia que enviasse socorro, olhando o horizonte na expectativa de ver qualquer navio que porventura ali passasse.
 
Entretanto, com o pouco que recuperou do navio naufragado e os recursos naturais da ilha, construiu um abrigo e alimentou-se.
 
Nesse ambiente que nós chamaríamos de paradisíaco, o náufrago carecia de bens essenciais e de certezas quanto ao seu resgate, mas continuava a pedir o auxílio de Deus.
 
Certo dia, quando regressava de uma procura de alimento, ficou em pânico ao encontrar a sua cabana em chamas. Tudo quanto possuía tinha-se transformado numa coluna de fumo. Para aquele homem, já nada pior podia acontecer e decepcionado considerou que, depois de um tempo incontável a orar, Deus não o ouvira.
 
No dia seguinte, olhando para o infinito em desiludida meditação sobre a incerteza do seu futuro, avistou um navio.
Ao chegar à ilha, o comandante alegou que se aproximaram porque tinham visto o sinal de fumo a pedir socorro.
 
Quando Deus nos obriga a esperar por uma resposta, devemos continuar conectados com Ele, sabendo que por vezes, nas maiores adversidades, pode estar a melhor resposta de Deus.
 

sábado, 11 de janeiro de 2014

Respostas de Deus à Oração

Nós gostamos de arranjar argumentos para justificar todas as coisas; até as acções de Deus.
É por isso que costumamos ouvir dizer que Deus responde às orações de três formas: SIM, NÃO e ESPERA. Há também quem diga que Ele pode responder TALVEZ.

Espera – é uma questão de tempo, equivale a dizer “respondo mais tarde”, mas não é resposta; Talvez – é dúvida, logo, não entra no vocabulário d’Aquele que é omnisciente.
Fico pelo Sim e o Não.

“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” – Tiago 4:3
“E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.” – I João 5:14

O bom é que Deus não nos deixa sem resposta.
Umas vezes responde de imediato, outras demora mais tempo; às vezes corresponde à nossa linha de pensamento, outras a acção é diferente e a conclusão é melhor.

Ainda voltarei a este assunto, mas agora vou contar uma experiência pessoal.

Lembro-me claramente que, quando eu era criança, viajei com os meus pais, irmãs e outros crentes com destino a Águas de Moura, na zona de Pamela, para trabalho missionário.
Estávamos nos anos cinquenta, não tínhamos carro e os meios de transporte naquelas terras eram escassos. Tudo era muito distante.


Saídos da camioneta, fartámo-nos de andar até que encontrámos umas trabalhadoras rurais que, após o receio inicial, lá indicaram o caminho para Águas de Moura.


Não voltámos a ver ninguém... o caminho era inclinado, debaixo de sol e longo… muito longo.
Passado muito tempo chegámos a uma clareira onde convergiam quatro caminhos. Como tínhamos vindo de um, restavam três e não sabíamos qual era o certo.
Foi então que o meu pai sugeriu que pedíssemos a direcção a Deus e formando um círculo, começaram a orar. Eu era a pequenina daquele grupo, tinha 5 ou 6 anos e, já cansada da espera, pus-me a andar.
Quando acabaram de orar, perceberam que eu não estava ali e avistaram-me a caminhar, feliz e despreocupada. O meu pai primeiro ralhou comigo,  mas depois lembrou-se que tinham pedido a Deus uma orientação e… lá chegámos a Águas de Moura.

Aqui está uma resposta imediata, podemos até dizer que mais rápida que o imaginável. Isto, porque Deus conhece todas as nossas necessidades e sabe quando e como agir.

“E será que antes que clamem Eu responderei; estando eles ainda falando, Eu os ouvirei.”
Isaías 65:24

sábado, 4 de janeiro de 2014

Paz!

Este é o 4º dia de 2014. O ano ainda cheira a novo…

A certeza que podemos ter é que, passam os meses, as semanas, os dias e nunca, mas nunca, vamos estar completamente satisfeitos.

Umas vezes existem motivos reais e impensáveis, outras nem por isso. Tem coisas que são assim, só porque são; tem outras que são assim porque não as fizemos de outra maneira.

Porém, quando nos depositamos nas mãos do Senhor, podemos descansar porque Ele nos levanta. Lembremos as palavras de Jesus:

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” – João 14:27

É isso mesmo… Este é o sentimento/certeza que quero para 2014. Shalom!